Por Avelino de Jesus, Director do ISG - Instituto Superior de Gestão
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Nos últimos 10 anos o sector conheceu transformações notáveis mas insuficientes. Mesmo com o elevado ritmo das recentes melhorias, a convergência com a Europa será uma miragem: falta operar - à revelia da trajectória em curso - novos saltos qualitativos de investimento e de organização.
O peso das despesas nacionais em investigação e desenvolvimento (I&D) passou de 0,65% do PIB em 1998 a 1,18% em 2007. A proporção de investigadores na população trabalhadora passou de 3 por mil em 1998 para 5,5 em 2007.
A percentagem de graduação, na faixa etária relevante, com o título de doutor era de 1% em 2000 e passou em 2006 para 3,3% - a maior taxa da OCDE.
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O que mais conta é a produção de patentes, indicador de excelência - e incontornável - de medida do impacto económico do aparelho científico e tecnológico. A média na Europa no que respeita a este indicador é de 95 patentes por ano e por milhão de habitantes; em Portugal registamos sete patentes - representando 7% do valor europeu. Já no que se refere às publicações, o atraso é menor: 626 publicações por ano e por milhão de habitantes, contra 996 na Europa, representando 63%.
O volume de capital de risco em 2008 representou em Portugal apenas 0,05% do PIB, um dos mais baixos valores na Europa. Esta escassez é especialmente importante devido à reduzida importância das grandes empresas onde, por excelência, se faz a investigação aplicada.
Tem havido recuperação notável no que se refere ao investimento e às publicações. Mas em relação à produção de patentes os valores são de tal forma reduzidos que se impõem medidas que possam inverter a situação, nomeadamente:
- O aumento substancial das despesas públicas com I&D;
- O aumento da proporção do financiamento público da investigação no sector privado(1);
- A dotação pública de um verdadeiro fundo de capital de risco;
- A concentração das instituições públicas de investigação em grandes centros a articular com as grandes empresas(2);
- A inclusão da produção de patentes e das actividades empresariais nos factores de promoção na carreira docente do ensino superior e dos investigadores;
- A reconstituição dos órgãos técnicos e científicos do Estado.
Tendo em atenção a fraca presença de grandes empresas e o insucesso da experiência do sector privado na área da investigação, o investimento massivo de investimento público impõe-se.
Se optássemos por investir o valor dos encargos públicos que a alta velocidade ferroviária vai trazer anualmente às contas públicas - cerca de 1,5 % do PIB - poderíamos a partir de 2015 ter uma proporção do PIB afecto à ciência e investigação da ordem dos 3%. Trata-se de um valor próximo do verificado nos países mais avançados.»
Artigo completo em Jornal de Negócios Online 5/1/10.
A sociedade de capital The Wellcome Trust e a conhecida farmacêutica Merck&co. juntaram-se numa joint venture para a criação de vacinas para as doenças causadoras de maior mortalidade nos países do terceiro mundo.
A Wellcome Trust designa este tipo de acção “research charity”, pois as vacinas serão vendidas a preços acessíveis e a joint venture não tem fins lucrativos.
Esta joint venture é inédita, pois é a primeira vez que uma farmacêutica faz uma parceria com uma outra entidade com um fundo de investimento partilhado e iguais direitos de decisão. A investigação e desenvolvimento foram entregues aos laboratórios Hilleman.
O objectivo da Wellcome Trust é aumentar o nível de saúde no mundo em desenvolvimento e, daqui a parceria com a Merck, que tem um longo historial de inovação na saúde global. Juntou-se a experiência da Merck em vacinação, ao investimento em saúde e biomédica que tem caracterizado o Wellcome Trust.
Ambas as entidades pretendem inovar, criando vacinas que salvem vidas e aumentem os níveis de saúde pública nos países desfavorecidos. Os laboratórios Hilleman irão optimizar as vacinas, gerando um maior impacto das mesmas em contextos de forte limitação de recursos. Por exemplo, algumas das vacinas a criar não vão ter necessidade de ser refrigeradas.
A Merck e o Wellcome Trust investiram, em igualdade, 90 milhões de libras (130 milhões de dólares) em I&D. Espera-se que o processo dure cerca de 7 anos e prevê-se o vínculo de 60 investigadores.
Os laboratórios Hilleman vão operar através de uma combinação de core funding entre a Merck e o Wellcome Trust, havendo ainda abertura a outras linhas de financiamento. Pretende-se que, ao longo do processo, haja capacidade de atracção de outro tipo de investidores, igualmente empenhados na missão da joint venture.
A Índia foi o país escolhido para sediar o projecto, pois foi considerado o local onde mais facilmente se podia reunir uma equipa de especialistas em vacinação, produção e políticas de saúde pública.
A Merck, Wellcome Trust e Laboratórios Hilleman pretendem que, assim que as novas vacinas demonstrem um bom desempenho, sejam inseridas nos países terceiro-mundistas, começando o seu impacto a sentir-se de imediato na prevenção de doenças.
É preciso lembrarmo-nos que, por exemplo, a bactéria estreptococos- responsável por doenças como a septicemia, pneumonia, escarlatina, faringite ou infecção renal- provoca 500.000 mortes anuais nos países mais pobres.
Fonte: www.wellcome.ac.uk/news/mediaoffice
Um assunto que deixei escapar na semana passada:
O Conselho Científico Internacional do Laboratório Internacional Ibérico de Nanotecnologia (INL) de Braga e os seus investigadores principais vão decidir a configuração dos laboratórios e respectivos equipamentos, de forma a que a investigaçao científica comece em 2010. |
Fonte da direcção do INL adiantou à Lusa que, além da investigação que será produzida por 200 cientistas – apoiados num quadro de pessoal técnico e administrativo de igual dimensão – o Instituto "apoia directamente as redes dos laboratórios de investigação em nanotecnologias em Espanha e Portugal, financiando projectos de investigação conjuntos e a formação de jovens cientistas".
A inauguração do edifício, sexta-feira, pelo Presidente da República e o Rei de Espanha, "marca o lançamento da campanha internacional de apresentação do organismo e de promoção do recrutamento dos melhores cientistas, à escala internacional", duzentos, em todo o mundo.
artigo completo in Ciência Hoje 16/07/09
"A empresa de Coimbra WIT Software desenvolveu uma aplicação tecnológica para a Vodafone Portugal, com certificação da Apple, que permite aos utilizadores do iPhone assistir a emissões de televisão “em tempo real”.
Trata-se, segundo Luís Moura e Silva, responsável da empresa, uma das primeiras aplicações do mundo de Mobile TV a ser lançada por um operador de telecomunicações móveis a partir do iPhone 3G. “A Apple não tinha suporte para esta tecnologia nos iPhones e o que nós fizemos foi colmatar essa falha implementando esta aplicação que já está disponível para os clientes da Vodafone Portugal”, explicou à Lusa o investigador. Os clientes da operadora apenas têm de aceder à App Store da Apple, descarregar gratuitamente a aplicação Vodafone Mobile TV e subscrever o serviço junto da Vodafone."
[Fonte: Diário de Notícias, 13.04.09] [Vêr artigo relacionado in Diário de Notícias, 12.04.09] |
A universidade do Porto está a preparar para este mês um evento sobre o 7º Programa- Quadro de I&D da Comissão Europeia, que prevê os investimentos nesta área entre 2007-20013. No “7PQ – Da ideia ao projecto”, assim é denominada a iniciativa, os participantes poderão obter informações sobre os programas de trabalho da Comissão Europeia e apresentar ideias para alguns âmbitos. O evento será precedido de um curso de formação denominado “Sucess under FP7: methodology and knowledge”, prestado pela empresa Interface Europe.
Mais pormenores em http://7pq.up.pt/main.html
As universidades de Coimbra, Aveiro e Beira Interior lançaram hoje um curso de empreendedorismo, com o objectivo de criar empresas de inovação e tecnologia. O curso consiste em transformar os recursos desenvolvidos nas unidades de I&D das três universidades do Centro em projectos de formação e investigação e sensibilização do tecido empresarial.
A iniciativa, que já vai na terceira edição, nasceu no seio da universidade de Coimbra e conta com a parceria do Conselho Empresarial do Centro / Câmara de Comércio e Indústria do Centro.
Mais informações em http://www.cec.org.pt/
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Portal do Empreendedorismo no Desporto
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Antonuco
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Seth Godin
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No Fio da Navalha