Sabia que Bill Gates tirou a ideia do Windows a Steve Jobs, ao ver os protótipos para o primeiro modelo do Macintosh? Mas não se lamente por Jobs, pois este também forjou a ideia ao Centro de Investigação da Xerox de Palo Alto. Que, por sua vez, retirou a ideia a um investigador académico. Não é por acaso que são chamados de “Piratas de Sillicon Valley”…
Segundo Dave Kord Murray, autor do recente livro “Borrowing Brilliance”, as mais criativas e brilhantes ideias geram-se misturando ideias díspares- que nos foram “emprestadas” por alguém.
Temos um problema e queremos uma solução. Geramos uma ideia. Já alguém a teve antes de nós- um concorrente, um colega de trabalho, um colega de escola. Uma boa ideia resulta do “cherry picking” das melhores ideias que alguém teve antes de nós.
“Borrowing Brilliance” ou “Pedir o Brilho Emprestado” (tradução literal), para Murray, cientista aeroespacial e empreendedor na área de software, não é um furto intelectual, mas a principal técnica de criatividade, de onde deriva todo o pensamento criativo.
Ideias novas surgem de ideias pré-existentes- é assim que funciona o nosso cérebro. As ideias brilhantes sempre foram constituídas através de brilhantes empréstimos. Com Newton, Einstein, Gotenburg e Darwin foi assim. Bill Gates, Steve Jobs, Larry Page (co-fundador do Google) seguiram pelo mesmo mote. Para Page o problema era a dificuldade de encontrar informação relevante quando se faz uma pesquisa. Então, “roubou” ideias às ciências da informação e às bibliotecas. Fez o “cherry picking” das melhores ideias e, Eureka!, chegou a uma brilhante solução: o Google.
Murray, que participou em projectos da NASA e do Pentágono, fornece conselhos práticos e simples neste livro, sobre como inventar novos produtos e serviços através da combinação de ideias de outros e vai mais longe, propondo um método de geração de ideias de 6 passos:
Passo 1: Definir- definimos o problema para o qual procuramos solução;
Passo 2: Pedir Emprestado (Borrowing): forjamos ideias a entidades, locais ou pessoas que tenham tido um problema análogo ao nosso;
Passo 3: Combinar- ligamos e combinamos a ideias que forjámos;
Passo 4: Incubar- incubamos as ideias que combinámos anteriormente com vista a uma solução;
Passo 5: Julgar- identificamos as forças e as fraquezas da solução gerada;
Passo 6: Elevar- eliminamos os pontos fracos da solução, através do realce dos pontos fortes.
Para Murray, este método vai mais além do que o tradicionalmente praticado “Brainstorming”, pois aqui não se julgam as ideias, logo, pode tornar-se inútil.
Numa entrevista dada à Business Week, Murray, que pratica o que propõe no seu livro, exemplifica a “borrowed brilliance” com a Apple. A cada 6 meses sai para o mercado um Ipod novo, sempre melhor que o anterior, pois é ajustado consoante o anterior e segundo excelentes ideias pré-existentes forjadas. E a Apple segue um dos principais conselhos do autor- não se apaixona pelas suas ideias.
Num período em que os ciclos de vida dos produtos e de carreira são cada vez mais curtos, Murray deixa a recomendação “quanto mais longe do seu problema for forjar a sua solução, mais criativa será”.
Saiba mais:
http://www.borrowingbrilliance.com/
http://www.businessweek.com/magazine/content/09_36/b4145072739717.htm?chan=rss_topEmailedStories_ssi_5
http://www.borrowingbrilliance.com/
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