![]() | O termo Business Angel, felizmente, já é familiar a um grande número de empreendedores portugueses. Nos últimos anos, sobretudo, o número destes investidores tem crescido, em parte devido à criação de novas Associações de Business Angels espalhadas pelo país. De facto, este movimento pro-activo da sociedade civil culminou com a criação da Federação Nacional de Associações de Business Angels (FNABA) a qual tem ajudado a promover esta importante actividade não só em Portugal como no resto do Mundo, através da recente criação da Associação Mundial de BA de que a FNABA é co-fundadora e membro da sua direcção. |
Após o reconhecimento, em 2007, da figura jurídica do Investidor em Capital de Risco (termo oficial para a expressão anglo-saxónica Business Angel) e do reconhecimento da sua importância no âmbito do Programa FINICIA, onde consta como um dos pilares no financiamento de negócios de elevado potencial de crescimento, os BA recebem novo impulso este ano com o anúncio de um novo instrumento de investimento de negócios em fase de early-stage.
Segundo o Sr. Ministro das Finanças e Economia, Teixeira dos Santos, está prevista para breve a criação de um novo instrumento que combina o investimento público com o dos BA portugueses.
O projecto para este Fundo de Co-Investimento surgiu ainda em 2008 por iniciativa da FNABA - em estreita colaboração com o IAPMEI, Gabinete do Gestor do QREN e PME Investimentos - procurando replicar as melhores práticas que, hoje em dia, se aplicam nalguns países europeus em especial na Holanda onde o programa - Techno Partners - se tem mostrado de extrema importância no financiamento das fases iniciais de projectos para os quais existe pouca oferta de capital de risco.
Prevê-se que o Fundo anunciado seja financiado tanto por capitais públicos como por BA, sendo que a participação pública visa melhorar o rácio risco/retorno, atraindo assim o investimento de mais BA que neste momento actuam sem qualquer enquadramento fiscal que compense o risco assumido, em projectos early stage, e dos quais se abstêm, normalmente, as Sociedades de Capital de Risco.
Há já vários anos que defendo como BA e como Presidente da FNABA uma melhoria das condições de investimento em projectos com elevada componente de inovação e cujo lançamento é não raras vezes inviabilizado dada a inexistência de investidores.
Portugal dispõem já de inúmeros factores essenciais para o lançamento de empresas tecnológicas de âmbito internacional. Temos Universidades, Incubadoras, ninhos de empresas, internet de alta velocidade, empresa na hora, auto-estradas e aeroportos, imprensa especializada, ou seja, tudo o que contribui para um verdadeiro Ecossistema Empreendedor.
Contudo, é importante não esquecer o financiamento. Os investigadores não são por tradição milionários, os bancos não financiam projectos sem garantias reais ou avalistas e as sociedades de capital de risco dificilmente investem, muito menos em ideias que estão ainda no papel, sem que os citados projectos possuam alguns BA com quem possam partilhar o risco.
Por esse motivo, é essencial que o capital exista. Que para além dos familiares, amigos e tolos (friends, family and fools), existam investidores conscientes dos riscos que tenham experiência na gestão, que conheçam bem o sector ou os canais de distribuição e que, no fundo, assumem tanta paixão pelo desafio do projecto como os próprios empreendedores.
Espero, por isso, que se concretize esta Iniciativa, de apoio a novos investimentos, e que a mesma seja o estímulo necessário a que mais BA assumam uma posição activa no financiamento de novos negócios.
Se tal acontecer, estou convicto de estaremos a contribuir para o lançamento de novas start-ups, de reconhecimento internacional, que ajudem a colocar Portugal no mapa mundial da inovação.
Na sequência do meu post anterior, deixo aqui mais ideias essenciais para o incremento do mercado português de Capital de Risco.
Sociedades de Capital de Risco/Fundos de Capital de Risco
a) Revisão e explicitação pública das respectivas estratégias de apoio a projectos, tendo presente o seu estádio de desenvolvimento, recursos financeiros necessários, dimensão, âmbito do mercado (nacional e ou internacional) de modo a evitar que os empreendedores recorram, em vão, a SCR/FCR cuja estratégia de apoio não abranja os projectos que aqueles pretendam desenvolver.
b) Reforço de um trabalho de interligação entre as SCR/FCR, de forma a desenvolver acções que visem o apoio a um maior número de projectos, diluindo o risco e envolvendo menos recursos por projecto.
c) Criação de FCR orientados para apoio de projectos nas fases de seed capital e start-ups, estes mais ao nível das SCR detidas maioritariamente pelo Estado ou entidades públicas.
d) Maior abertura e, consequentemente, assunção de uma postura menos conservadora na prospecção, análise e apoio a projectos seed capital e start-ups.
e) Maior articulação com a FNABA/Associações de BA’s no apoio a projectos, beneficiando do envolvimento dos BA’s pelo seu apport financeiro, apoio na gestão, abertura de mercados e acompanhamento na gestão das empresas.
Em breve deixarei aqui a minha opinião sobre o que deveria fazer o Governo sobre esta matéria.
![]() | «Alguns dos principais fundos de capital de risco no Reino Unido preparam a sua mudança para a Suíça ou para Nova Iorque, devido a uma directiva europeia que está em projecto, noticia hoje o Financial Times. |
O assunto está a aquecer a City londrina, onde, num encontro esta semana com patrões do sector, organizado por representantes da Autoridade de Serviços Financeiros e do Tesouro britânico, as empresas receberam garantias de que o governo iria lutar por mudanças na nova legislação.
[...]
Ian Wace, co-fundador da sociedade de fundos de capital de risco Marshall Wace, disse ao Financial Times que se as novas regras forem para a frente, "grandes quantidades desta indústria irão abandonar a Europa, enquanto que hoje temos a oportunidade de fazer com que grandes quantidades desta indústria venham para a Europa".»
in Público, 4/06/09
"A Sociedade Lusa de Negócios (SLN) acordou com o fundo de capital de risco Patris a venda da totalidade da sua posição na corretora Fincor."
[artigo completo in jornal de Negócios Online 3/05/09]
Este investimento significa uma subida de 7% face aos 47 mil milhões de euros investidos em 2005. 78% do montante investido, destinou-se à aquisição de participações de controlo de empresas.
Para mais informações, convido-o a ler o documento neste link
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Portal do Empreendedorismo no Desporto
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Antonuco
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iZNovidade
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Start-Up Whisperer
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Seth Godin
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Venas Inside
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No Fio da Navalha