O Governo Regional dos Açores apresentou ontem (18/02) o primeiro fundo de capital de risco do arquipélago, no valor de um milhão de euros, que se insere na estratégia definida para fomentar o empreendedorismo na região.
“Este fundo não é apenas mais uma medida, é uma medida de extrema importância no fomento do empreendedorismo”, afirmou Vasco Cordeiro, secretário regional da Economia, acrescentando que o novo fundo de capital de risco “não aparece deslocado, mas obedece a uma estratégia” que visa a promoção do empreendedorismo.
Para Vasco Cordeiro, esta é “uma necessidade absoluta” nos Açores, recordando que o executivo tem lançado várias “ferramentas” com esse objectivo, como o Programa Educação Empreendedora, o sistema de incentivos Empreende Jovem ou a rede da Gabinetes do Empreendedor.
O Fundo de Investimento de Apoio ao Empreendedorismo nos Açores (FIAEA) é subscrito pelo Governo Regional dos Açores, através da Agência para a Promoção do Investimento (APIA), e pela InovCapital, a sociedade de capital de risco de referência do Ministério da Economia.
Gualter Couto, presidente da APIA, frisou que o novo fundo “é um complemento das medidas já existentes”, salientando que os investidores podem candidatar-se ao FIAEA, mas também ao sistema de incentivos regionais (SIDER) ou ao Empreende Jovem.
“O FIAEA não é concorrente, é complementar”, afirmou.
O novo fundo de capital de risco vai investir um máximo de 100 mil euros por ano por cada empresa, estando previsto que apoie este ano quatro empresas açorianas.
Projectos inovadores, sedeados nos Açores e com potencial de crescimento fora do arquipélago são algumas das características exigidas para o apoio do FIAEA, que surge para estimular a criação de novas oportunidades de negócio.
O fundo está direccionado para micro e pequenas e médias empresas e pretende, entre outros objectivos, criar emprego, incrementar as exportações e fomentar a inovação e a internacionalização.
in A União, jornal online 19/02/2011
O termo Business Angel, felizmente, já é familiar a um grande número de empreendedores portugueses. Nos últimos anos, sobretudo, o número destes investidores tem crescido, em parte devido à criação de novas Associações de Business Angels espalhadas pelo país. De facto, este movimento pro-activo da sociedade civil culminou com a criação da Federação Nacional de Associações de Business Angels (FNABA) a qual tem ajudado a promover esta importante actividade não só em Portugal como no resto do Mundo, através da recente criação da Associação Mundial de BA de que a FNABA é co-fundadora e membro da sua direcção. |
Após o reconhecimento, em 2007, da figura jurídica do Investidor em Capital de Risco (termo oficial para a expressão anglo-saxónica Business Angel) e do reconhecimento da sua importância no âmbito do Programa FINICIA, onde consta como um dos pilares no financiamento de negócios de elevado potencial de crescimento, os BA recebem novo impulso este ano com o anúncio de um novo instrumento de investimento de negócios em fase de early-stage.
Segundo o Sr. Ministro das Finanças e Economia, Teixeira dos Santos, está prevista para breve a criação de um novo instrumento que combina o investimento público com o dos BA portugueses.
O projecto para este Fundo de Co-Investimento surgiu ainda em 2008 por iniciativa da FNABA - em estreita colaboração com o IAPMEI, Gabinete do Gestor do QREN e PME Investimentos - procurando replicar as melhores práticas que, hoje em dia, se aplicam nalguns países europeus em especial na Holanda onde o programa - Techno Partners - se tem mostrado de extrema importância no financiamento das fases iniciais de projectos para os quais existe pouca oferta de capital de risco.
Prevê-se que o Fundo anunciado seja financiado tanto por capitais públicos como por BA, sendo que a participação pública visa melhorar o rácio risco/retorno, atraindo assim o investimento de mais BA que neste momento actuam sem qualquer enquadramento fiscal que compense o risco assumido, em projectos early stage, e dos quais se abstêm, normalmente, as Sociedades de Capital de Risco.
Há já vários anos que defendo como BA e como Presidente da FNABA uma melhoria das condições de investimento em projectos com elevada componente de inovação e cujo lançamento é não raras vezes inviabilizado dada a inexistência de investidores.
Portugal dispõem já de inúmeros factores essenciais para o lançamento de empresas tecnológicas de âmbito internacional. Temos Universidades, Incubadoras, ninhos de empresas, internet de alta velocidade, empresa na hora, auto-estradas e aeroportos, imprensa especializada, ou seja, tudo o que contribui para um verdadeiro Ecossistema Empreendedor.
Contudo, é importante não esquecer o financiamento. Os investigadores não são por tradição milionários, os bancos não financiam projectos sem garantias reais ou avalistas e as sociedades de capital de risco dificilmente investem, muito menos em ideias que estão ainda no papel, sem que os citados projectos possuam alguns BA com quem possam partilhar o risco.
Por esse motivo, é essencial que o capital exista. Que para além dos familiares, amigos e tolos (friends, family and fools), existam investidores conscientes dos riscos que tenham experiência na gestão, que conheçam bem o sector ou os canais de distribuição e que, no fundo, assumem tanta paixão pelo desafio do projecto como os próprios empreendedores.
Espero, por isso, que se concretize esta Iniciativa, de apoio a novos investimentos, e que a mesma seja o estímulo necessário a que mais BA assumam uma posição activa no financiamento de novos negócios.
Se tal acontecer, estou convicto de estaremos a contribuir para o lançamento de novas start-ups, de reconhecimento internacional, que ajudem a colocar Portugal no mapa mundial da inovação.
Afirma que o fecho do fundo, num contexto económico particularmente adverso, representa um sinal da confiança dos investidores na sua capacidade em seleccionar as melhores oportunidades de investimento, quer em Portugal, quer no estrangeiro.»
fonte: OJE/Reuters,29/04/09
Em reposta às necessidades das pequenas e médias empresas e numa altura em que os recursos são escassos, o BES vai lançar o fundo BES PME Capital Growth, gerido pela Espírito Santo Ventures e com um montante inicial que ascende a €120 milhões. Destina-se às PMEs que possuem uma estratégia clara de crescimento e de internacionalização, com vantagens competitivas e inovadoras, de forma a terem uma estrutura financeira sólida a médio prazo. A autorização do fundo já foi pedida à CMVM, prevendo-se começarem a fazer operações ainda neste primeiro semestre.
[Jornal Expresso, 14/03/09] |
Esta manhã tive a oportunidade de assistir a uma excelente iniciativa, levada a efeito pelo Diário Económico, na qual foram efectuadas, por diversos Oradores, importantes reflexões sobre as PMEs e a Recuperação Económica.
Foi com particular interesse que ouvi atentamente a exposição do Presidente da Caixa Geral Depósitos, o meu amigo Engº Fernando Faria de Oliveira, uma vez que revelou a criação de dois novos fundos para actuação na área do capital de risco a saber: um fundo focado no apoio ao empreendedorismo e à inovação - projectos que tenham a ver com novas iniciativas empresariais - e um outro destinado a empresas com alguma dimensão tendo em vista o seu crescimento e reforço dos capitais próprios – projectos que visam o crescimento via mercados externos. |
Os novos Fundos terão a designação respectivamente : Fundo Caixa Empreendedor no valor de 25 Milhões de Euros e Fundo Mezzanine no valor de 150 Milhões de Euros.
Contudo, a grande mensagem transmitida, pelo Engº Faria de Oliveira, traduziu-se na informação de que Investimentos de 1 mil milhões de euros na actividade de capital de risco têm um efeito induzido directo de investimento na Economia de 12.5 mil milhões de euros ou seja 8% do PIB português.
A evidência dos citados números facilmente dissipam quaisquer dúvidas que porventura ainda possam subsistir sobre a importância do Capital de Risco como forte alavanca do crescimento económico e empresarial.
Esta é uma das principais razões que tem justificado todo o meu envolvimento no processo de evangelização de um Ecossistema Empreendedor, no nosso País, suportado por uma forte Indústria de Capital de Risco.
| Tem-se vindo a reconhecer, gradualmente, a necessidade de fomentar e melhorar em Portugal o binómio Universidade/Empresa, tendo em conta o grande fosso ainda existente entre o conhecimento cientifico que as Universidades geram e a transformação desse mesmo conhecimento em oportunidades imediatas para se comercializar novos produtos e serviços capazes de alcançar diferenciação no mercado. |
No entanto, apesar de há muito se encontrar traçado o “diagnóstico” o certo é que a “terapêutica” continua por iniciar. Isto porque, inexplicavelmente, continuam por criar mecanismos financeiros que permitam operacionalizar esse cruzamento de interesses entre o mundo das empresas e as Universidades, tendo em conta que algures no meio haverá um encontro feliz, a bem da competitividade a longo prazo das empresas e da Economia.
E o mecanismo financeiro que se afigura mais idóneo para transformar I&D produzido pelas Universidades em Inovação empresarial será a criação de Fundos Universitários “Seed Capital”, com o envolvimento concertado do Estado, Universidades, SCR, FCR, Business Angels, Incubadoras, Parques Tecnológicos e outras entidades privadas, através dos quais sejam canalizadas para as Universidades verbas e conhecimento empresarial que permitam converter o fluxo fértil de ideias e inovações em novos negócios, criando, assim, condições para diminuir o efeito “vale da morte” a que se encontram sujeitas muitas inovações promissoras mas que nunca chegam a alcançar o mercado.
E esta realidade já há muito se encontra perfilhada por outros países. Inglaterra representa um excelente exemplo, na medida em que, desde 1998 - data em que foi criado o 1º University Challenge Competition, com uma verba inicial de 64 milhões de Euros, 37 Universidades envolvidas e 81 investimentos efectuados – tem utilizado o capital de risco no financiamento de projectos universitários com aplicabilidade empresarial como o demonstram os investimentos efectuados na Solexa (adquirida pela Ilumina Inc (NASDAQ: ILMN)), Smart Holograms, Daniolabs, Bluegnome, Genapta, CellCentric, Lumora e a Psynova.
Outro exemplo clarificador do processo de ligação da comunidade financeira e empresarial às Universidades, foi dado pelo Estado de Oregon, nos EUA, o qual, em 2007, criou a figura do “University Venture Development Fund”, constituído por cada uma das 8 Universidades a actuar ao nível das áreas da Ciência e Investigação, com uma dotação total de $14 milhões, repartida por cada uma delas de acordo com o seu respectivo grau de envolvimento. Esta iniciativa, foi lançada através de um Programa de Incentivos Fiscais aplicável a pessoas singulares e empresas decididas a apoiar iniciativas universitárias de I&D, tendo em vista a criação de comunidades dinâmicas capazes de transformar as descobertas de hoje nos negócios de amanhã. Também as parcerias, Governo – Universidade – Indústria – estabelecidas no âmbito do referido Fundo focalizaram-se nas iniciativas de investigação, educação empreendedora e transferência de tecnologia, tendo em vista assegurar a transposição das melhores ideias geradas nas Universidades para o mercado, a bem da Economia e do bem estar Social.
Os exemplos citados, aos quais se poderiam somar tantos outros, como os “Cambridge Enterprise Seed Funds”, mostram que não basta reconhecer, tal como tem vindo a ocorrer sistematicamente no nosso país, o importante papel que as Universidades podem desempenhar no desenvolvimento sustentado da Inovação empresarial, pois mais importante do que isso é possibilitar, sem mais demoras, o acesso directo das Universidades a fundos de capital semente com vista à criação de empresas inteligentes resultantes das inovações disruptivas detectadas no seio universitário. Para tal, dos responsáveis políticos espera-se uma nova visão capaz de reconhecer que os activos valiosos que as nossas Universidades representam são determinantes para o crescimento das nossas Indústrias de Inovação, e bem assim, que a criação de Fundos de Capital de Risco Universitários podem abrir a porta a ideias de vanguarda, novas tecnologias e oportunidades sem fim para o futuro de todos nós.
Francisco Banha
Vice-Presidente do Fórum para a Competitividade
publicado no Diário Económico de 24/01/08
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