Ontem partilhei as minhas reflexões sobre empreendedorismo social, este conceito tão recente e, por isso, tão passível de ser confundido com outros.
É importante clarificar este conceito, tanto quanto nos for possível. Rapidamente se pode confundir empreendedorismo social com Organizações não-governamentais (ONG’s), Instituições particulares de solidariedade social (IPSS’s) ou Misericórdias. Empreendedorismo social não é, de todo, filantropia, empréstimos, donativos ou voluntariado. Pode conter estas componentes, mas não fazem parte da sua estrutura. O empreendedorismo social baseia-se principalmente no seu modelo de negócio original.
E qual é a diferença entre activismo social e empreendedorismo? O activismo social constuma manifestar-se por lobby ou grupo de pressão, tentando influenciar os governos e instituições sociais através de acções indirectas. É verdade que o activismo social conduz à mudança social, porém, os activistas sociais, contrariamente aos empreendedores sociais, não são propriamente “executores”, são mais “lobbistas”, no sentido positivo do termo. O reverendo Martin Luther King foi um grande activista social pela igualdade, justiça e direitos cívicos; o professor Muhammad Yunnus, Nobel da Paz em 2006 (na foto), é um empreendedor social que encontrou uma solução inovadora para lutar contra a pobreza- o micro-crédito- baseada em princípios empresariais.
A criação de riqueza está longe de ser o objectivo dos filantropos ou dos activistas sociais; para o empreendedor social a riqueza poderá ser igualmente um objectivo (como para o empreendedor tradicional, que a tem como medida de criação de valor), mas um meio para alcançar um fim.
Filantropos, activistas sociais e empreendedores sociais têm várias características em comum com os empreendedores tradicionais e todos procuram um mundo mais justo, igualitário e solidário. Todavia, os seus modus operandi são diferenciados.
Concluo com o chavão usado da Fundação Schwab: o empreendedor social é uma mistura do Richard Branson e da Madre Teresa de Calcutá.
«Stef van Dongen é jovem, entusiasmado e está determinado a encontrar formas lucrativas para resolver os problemas do planeta. Ele é o criador da Enviu, coletivo holandês de empreendedores, na faixa até 35 anos, que funciona como uma incubadora de negócios voltados para sustentabilidade, cujos sucessos começam a chamar atenção mundial.
A idéia de unir instrumento de gestão empresarial a ideais de ONGs começou a nascer em 2001, quando Van Dongen visitou comunidades pesqueiras do sul do Chile. Ali conheceu a realidade da pesca predatória e teve uma visão: o ecoturismo poderia aliviar a pressão sobre os ecossistemas e aumentar a renda daquela população. Decidiu, então, trazer jovens profissionais da Holanda à região, que apoiaram os pescadores na criação de 30 microempresas.
[...]
As ambições da Enviu não são modestas. A organização holandesa está buscando uma forma de tornar híbridos parte dos 100 milhões de riquixás que circulam na Ásia. Isso porque esses triciclos motorizados, conhecidos como tuk tuks na Índia, são extremamente poluentes. Há estimativas de que um tuk tuk emita tantos gases-estufa, quanto uma frota de 50 automóveis.
Por isso, a Enviu lançou um desafio universitário: quem conseguir desenvolver o sistema mais barato, limpo e prático de conversão para tuk tuks receberá apoio para implantá-lo. Mais de 100 estudantes holandeses e indianos, distribuídos em sete times, estão participando da gincana, que deverá ser concluída este ano. Eles têm de desenvolver a tecnologia necessária, bem como um business plan que a viabilize. A equipe vencedora terá seu projeto abraçado pela Enviu, que ajudará com apoio técnico, busca de financiamento, estabelecimento de parcerias e criação das microempresas que se encarregarão de tocar a iniciativa. “Nosso sonho é aprimorar o desempenho de um milhão de tuk tuks” diz Stef van Dongen.»
Artigo completo por Regina Scharf, para o CEBDS in Meio Filtrante
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