A educação é um fenómeno complexo e que implica uma avaliação cuidada e contextualizada. Em primeiro lugar, ninguém pode esperar que uma alteração em educação (ao nível dos currículos, da organização ou da estrutura) tenha implicações e resultados imediatos. Isto porque educar é formar pessoas, e por vezes os resultados demoram décadas a ser evidenciados.
Neste sentido a educação não é como a economia, em que uma alteração política ou formal tem logo implicações nos resultados (uma subida de impostos é proporcional a um aumento de receita), em educação não há receitas tão lineares.
Temos consciência que urge implementar um sistema educativo que contribua para a formação de pessoas livres, autónomas, criativas e empreendedoras, cultas, responsáveis e que disponham de um quadro cívico de referência. De facto a escola deve contribuir para a construção de uma sociedade mais próspera e mais justa, mais aberta e mais responsável.
Na educação podemos identificar duas fortes correntes:
1. Uma concepção de educação voltada para o enriquecimento pessoal, para o conhecimento, baseada em sólidas aprendizagens. O aluno só será pessoa e um cidadão activo civicamente se tiver uma forte preparação teórica nas matérias chave. Só com esta formação poderá tomar as melhores decisões. Aqui a educação é um valor em si mesmo.
2. Por outro lado, há uma concepção de uma educação que prepare e forme de modo efectivo e pragmático para a vida activa, para as necessidades e para o mercado. Nesta vertente entende-se a educação como um retrato da sociedade em que está inserida, onde os alunos são formados para conhecer o contexto e poderem actuar sobre ele.
Em síntese, eu acredito que na realidade a educação deveria ser uma colectânea das duas. Isto porque:
- Há saberes que são estruturais, como a matemática, a língua materna e o inglês, por exemplo, e estes conhecimentos devem ser sólidos. Quanto maior o domínio destes saberes melhor preparados estarão os alunos para conseguirem intervir, decidir e optar.
- A educação deve ter como referencial a sociedade, a realidade. Hoje, os alunos têm que saber que o inglês é fundamental. Mas têm que compreender o porquê da sua importância. E ele é importante, porque hoje vivemos na era da globalização, de um mercado único e que no futuro todos precisamos de dominar esta língua universal. Assim, o conhecimento é essencial, mas o porquê da sua necessidade deve ser explicado, de modo a motivar e preparar os alunos para aquilo que irão encontrar no futuro.
- O contexto em que os alunos estudam é fulcral, assim a escola deve ter também uma componente do currículo que possa ser adaptada às necessidades dos alunos. Assim, por exemplo, para os alunos de Vinhais é importante explicar o que é o mar, as marés, etc. Porventura, é importante fazer uma visita de estudo a um local onde se possa ter acesso ao mar. No entanto, para as escolas do litoral não há essa necessidade, pois todos os alunos estão socializados quanto ao mar e seu contexto.
- Deve haver o português, a matemática. Mas deve haver educação diferenciada, com novas conteúdos e disciplinas, para dar aos alunos saberes e novas experiências que lhes permitam ter as mesmas oportunidades.
Como se pode deduzir facilmente estas duas perspectivas não são antagónicas, mas hoje sente-se uma enorme preocupação em dar sentido às aprendizagens que os alunos realizam, pois embora seja importante ter um vasto conjunto de conhecimentos, é essencial saber mobilizar esses conhecimentos para aquilo que será o futuro e esse passa pelo desenvolvimento da Economia e da Sociedade do Conhecimento.
Assim, se a Escola tem como missão preparar para a vida, deve fazê-lo em conjunto com a sociedade e com as suas forças vivas. Os estabelecimentos de educação e formação deverão estimular as competências e o espírito empreendedor dos alunos ao longo de toda a sua aprendizagem.
Ensinando a tomada de decisão aos nossos jovens, eles irão escolher o melhor caminho , seja criando o seu próprio emprego, abrindo o seu negócio ou trabalhando por conta de outrem.
A educação em empreendedorismo é sobre atitude, características e qualidades pessoais, bem como competências e conhecimento de gestão. Um negócio no futuro é apenas um resultado.
Todos os empregadores querem trabalhadores com um espírito empreendedor.
Nesse sentido o sistema educativo tem de privilegiar uma mudança de atitude comparativamente ao ensino tradicional. A atitude é formatada pela acção e a formação em empreendedorismo é baseada em acção.
É nesta perspectiva que se insere a Educação em Empreendedorismo a qual ao permitir fazer a ponte entre o espaço educativo e o mercado de trabalho contribuirá para diminuir a enorme barreira que ainda hoje separa a Escola das restantes Organizações sejam elas empresariais ou de âmbito filantrópico.
O mundo empresarial vê assim com bons olhos - numa altura em que todos temos consciência que nem os professores e os pais mais dedicados, nem as melhores escolas do mundo são capazes do que quer que seja se os alunos não assumirem as suas próprias responsabilidades no seu processo educativo - a introdução de uma educação que produz atitudes empreendedoras tendo em vista a preparação dos nossos jovens para a vida após a escola.
Este programa de educação em empreendedorismo é promovido
pelo Governo Regional dos Açores, através da Direcção Regional da Juventude e da
Direcção Regional de Educação e Formação. O Centro de Empreendedorismo da
Universidade dos Açores dinamiza, desde Setembro, este projecto, em parceria com
a Gesentrepeneur.
"O projeto 'Educação Empreendedora: O Caminho para o Sucesso', que pretende
motivar os jovens para o desenvolvimento de ideias inovadoras, abrangeu mais de
1.000 alunos de 26 escolas dos Açores, onde foram criados 18 clubes de
empreendedorismo.
"O programa arrancou no ano letivo de 2010/11 e, nesta primeira fase envolveu 26
escolas. Obviamente que é uma fase experimental de algo que queremos continuar
nos próximos anos", afirmou Bruno Pacheco, diretor regional da Juventude,
destacando a importância da "educação para o empreendedorismo".
Bruno Pacheco falava aos jornalistas em Ponta Delgada, à margem da sessão de
abertura do I Concurso Regional IdeiAçores, dirigido aos projetos desenvolvidos
pelas escolas no âmbito deste programa, que considerou ter sido "um sucesso".
A iniciativa, que envolveu meia centena de professores e alunos do segundo e
terceiro ciclos do ensino básico, do ensino secundário e do profissional, "vai
continuar no próximo ano" letivo, envolvendo mais alunos e docentes.
"Definimos que a fase experimental duraria três anos letivos e pensamos que, no
final desse período, teremos todas as escolas dos Açores cobertas, não apenas no
ensino regular, mas também no profissional, conseguindo desmultiplicar este
projeto de modo a que possa chegar a cada vez mais alunos, integrado nos
currículos existentes na região", frisou Bruno Pacheco.
O diretor regional da Juventude salientou que o projeto que pretende dotar os
jovens açorianos "de uma maior capacidade empreendedora", o que passa também por
os dotar de "competências e atitudes".
Por seu lado, a diretora regional da Educação, Graça Teixeira, sublinhou a
abrangência do projeto, que está dotado de "várias valências" que podem ser
exploradas pelos alunos "em algo diferente do que habitualmente fazem nas
aprendizagens formais" e incutindo nas escolas um espírito empreendedor."
Fonte: Lusa
A educação em empreendedorismo é sobre atitude, características e qualidades pessoais, bem como competências e conhecimento de gestão.
Um negócio no futuro é apenas um resultado. Todos os empregadores querem trabalhadores com um espírito empreendedor.
E o empreendedorismo apela a juventude uma vez que está em sintonia com os seus desejos de tomarem o controlo das suas vidas.
A vantagem da educação em empreendedorismo é o facto de que trás importância à educação em muitos casos.
Uma das principais queixas dos alunos é “Porque é que tenho de aprender isto se nunca vou ter de o usar?”.
Este nunca é um problema como educação em empreendedorismo. A relevância é imediata. Faço dinheiro ou tenho resultados.
No longo prazo, no aspecto educativo, a importância assenta na mudança de atitude comparativamente ao ensino tradicional.
A atitude é formatada pela acção e a formação em empreendedorismo é baseada em acção.
Uma educação que produz atitudes empreendedoras e prepara a juventude para a vida após a escola.
A primeira coisa a identificar são as características em si e não o empreendedor por si só. Um exemplo é a criatividade. É essencial ao empreendedorismo mas não é exclusiva. Um artista é criativo, como o são muitas outras personalidades.
Contudo, algumas características chave são perceptíveis através das atitudes das crianças, nomeadamente o que querem fazer, o que tentam fazer, etc. Algumas destas características podem revelar um desejo de fazer as coisas à sua maneira, resistência à autoridade, ou uma afinidade natural pela comunicação, apenas citando algumas.
Como pais, precisamos de ver os aspectos positivos na rebelião das crianças e encontrar maneiras de reforçar os seus aspectos. Os pais precisam de encorajar as suas crianças a serem independentes e contribuidoras para a sociedade.
Neste séc.21 não queremos uma sociedade de “sim senhor”. Portanto, como pais, precisamos de encorajar uma atitude activa de “posso fazer” e um sentido de independência.
Enquanto pai, pode conduzir um diálogo empreendedor quotidiano discutindo os resultados de pessoas em áreas diversas. Quando discutirem os acontecimentos do dia, discuta as coisas normais como o desporto… mas também as coisas que as pessoas fizeram.
Isto não é obrigatoriamente focado no negócio. A ideia é reconhecer a atitude empreendedora e colocá-la num "pedestal" à semelhança do que hoje se faz com os desportistas ou modelos internacionais.
Enquanto trabalhadores, quer seja a trabalhar para o Estado, para privados ou ONGs, é importante perceber onde o empreendedorismo pode ser aplicado e como pode ajudar a atingir os nossos objectivos. Ser consciente do conceito empreendedorismo é o primeiro passo para pensar nas possibilidades.
O passo seguinte é trazê-lo para as discussões. Se houver formas de que uma abordagem empreendedora possa ajudar, mencione-a. Não falo exclusivamente do sector privado nem de soluções de negócios mas sim que uma abordagem empreendedora pode conduzir a soluções, que podem ser ou não uma solução de negócios.
1. Há oportunidades para arriscar, para efectivamente conduzir um negócio.
Este aspecto da educação em empreendedorismo é crítico e o que o torna único. Não quero com isto dizer a condução de um grande negócio enquanto estudam, mas sim a oportunidade de iniciar, gerir e fechar um negócio, durante períodos tão curtos como meio dia. O objectivo não é fazerem lucro, apesar de isso também ser bom. O objectivo é que comecem a aperceber o pensamento empreendedor e que comecem a desenvolver as qualidades empreendedoras que têm. O negócio que vão conduzir é a sua ideia, algo que eles queiram fazer (não é a gestão de um negócio na qual eles têm uma função. Isso seria educação em gestão).
2. Situa-se na comunidade, envolvendo a comunidade.
Por isto, quero dizer que as acções do estudante estão inseridas na realidade e a comunidade fornece o feedback para o aluno de forma imediata, comprando ou não comrpando o produto. Os alunos também ficam a conhecer a sua comunidade e os líderes dos negócios locais de forma a melhor perceber o pensamento empreendedor. Através de conversas com empreendedores, apercebem-se das características que têm e que se assemelham às dos empreendedores que conhecem.
3. As consequências das acções dos alunos são determinadas por estes.
Assim, os estudantes aprendem que as suas acções têm um impacto directo neles próprios. Se produzirem um produto mau vão receber reclamações e vão ter que perceber a situação. É importante que sejam eles a perceber e não os professores ou pais por eles. Se estes se substituírem nesta função, o aluno estará protegido e não aprenderá com a lição. De forma oposta, se o aluno faz algo bem, como realizar lucro, por exemplo, então o reconhecimento deverá ser do próprio aluno. Se for a escola a ficar com o créditos ou se o obrigar a entregar os lucros a uma causa social sem o consentimento do aluno, então a recompensa é-lhe tirada e a ligação entre a acção e a consequência desaparece.
Os pais estão parcialmente preparados para este tipo de educação, uma vez que querem o melhor para os seus filhos e a educação em empreendedorismo pode ajudá-los a prepararem-se para o séc. XXI.
Contudo, ainda não se aperceberam disso, uma vez que é um modelo educacional baseado na acção, diferente da educação à qual estão acostumados.
Os pais vão precisar de perceber que em educação em empreendedorismo, as suas crianças vão participar em actividades fora da sala de aula e da escola.
Quando as suas crianças chegam e perguntam a opinião dos pais sobre as suas ideias de negócio, não devem criticar logo, mas antes permitir que o jovem lidere o processo e suporte as suas ideias, uma vez que a experiência empreendedora é a chave para a sua aprendizagem, quer bem sucedida financeiramente ou não.
Os que os pais podem fazer para ajudar as suas crianças é apoiar as suas actividades fora do currículo escolar e louvar os esforços dos jovens quando aderem a uma actividade.
A Educação em Empreendedorismo pretende sensibilizar e motivar os alunos para a importância do empreendedorismo no mundo actual. Acreditamos que o empreeendedorismo pode ser aprendido e que é possível construir uma sociedade mais empreendedora explicando aos nossos jovens o que é o empreendedorismo e desmistificando o conceito.
A educação, ao longo do tempo, tem sido vista segundo uma dupla perspectiva.
Por um lado, uma educação que enriquecesse a pessoa em si, que a torne mais instruída e rica. Ou seja, todos deveríamos ser educados com o objectivo de podermos vir a tomar as nossas decisões, tendo por base todo o conhecimento que nos passaram.
Uma outra perspectiva relaciona-se com uma Educação mais pragmática que forma com o intuito de integrar os alunos nas sociedades e nos mercados de trabalho.
É nesta perspectiva que se insere a Educação em Empreendedorismo que permite fazer a ponte entre o campo educativo e o mercado de trabalho. A educação em empreendedorismo pretende dar aos alunos um vasto conjunto de ferramentas que lhes permitam, no futuro, tomar um conjunto de opções.
Estas duas perspectivas não são antagónicas, mas hoje sente-se uma enorme preocupação em dar sentido às aprendizagens que os alunos realizam, pois embora seja importante ter um vasto conjunto de conhecimentos, é essencial saber mobilizar esses conhecimentos para aquilo que será o futuro e esse passa pelo mundo laboral.
A educação em empreendedorismo pretende esbater a enorme barreira que ainda hoje separa a Escola das restantes organizações sociais. Assim, se a Escola tem como missão preparar para a vida, deve fazê-lo em conjunto com a sociedade e com as suas forças vivas.
Os estabelecimentos de educação e formação deverão estimular as competências e o espírito empreendedor dos alunos ao longo de toda a sua aprendizagem.
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