Partilhe comigo e com todos os visitantes deste espaço, a sua opinião sobre empreendedorismo, capital de risco, inovação, gestão, business angels, ideias de negócio, balanced score card, planos de negócio...

Quarta-feira, 12 de Agosto de 2009
Capital de Risco: "No passa...nada!!!"



Em 2000, quando escrevi o livro "Capital de Risco os tempos estao a mudar" introduzi o tema da importância da criação de um verdadeiro Ecossistema Empreendedor que permitisse, num futuro próximo, ao nosso País, dar o salto qualitativo necessário à sua convergência real com os países mais evoluídos da UE

 

Este facto não deve ser entendido como presunção, mas apenas serve para referir que os temas do Capital de Risco e da Inovação há muitos anos que são discutidos a nível universitário, político e social, mas sem que sejam assumidos, verdadeiramente, pelos lideres do nosso país.

 

A comprovar esta evidência, a actividade de Capital de Risco (CR), nos últimos três anos, de acordo com as estatísticas divulgadas pela APCRI, tem menosprezado o financiamento de novos projectos, especialmente os que se encontram na fase de arranque (seed capital). 

 

De facto, apenas um projecto foi financiado, em 2007, nenhum, em 2008, e, no primeiro trimestre de 2009, igual performance se verificou

 

Deduz-se, assim, que os estágios iniciais têm sido os parentes pobres da actividade de financiamento dos projectos empresariais parecendo, este facto, tanto mais absurdo quanto as suas necessidades sao claras e a sua importância decisiva para a revitalização da nossa economia. 

 

Todos compreendemos que os operadores de CR tendem a abster-se de investirem em projectos iniciais de forte conteúdo tecnológico ou de novos conceitos, devido aos riscos serem altos e o período de investimento ser relativamente longo. 

 

Porém a Indústria de CR também é compromisso de longo prazo e partilha de riscos pelo que deverá, necessariamente, ter como uma das suas mais importantes responsabilidades proporcionar condições para que os empreendedores portugueses (jovens ou não) possam levar a cabo os seus projectos, uma vez que é do mais alto interesse nacional a criação de novas empresas. 

 

 

Contudo, o silêncio com que este assunto tem sido tratado provoca-me o máximo de inquietação uma vez que se não conseguimos ter condições para investir em empresas inovadoras, nem preparação para assumir os correspondentes riscos, então, dificilmente, poderemos ter esperança de voltar a ver Portugal a desempenhar um papel predominante na economia global. 

 

 

Se assim for, ser um empreendedor que conseguiu criar uma start-up, em Portugal, continuará a ser um anátema, ou seja sinónimo de que ninguém se interessa por ele, lhe reconhece importância e proporciona contactos. 

 

 

A criação de um Acordo "Seed Capital", no seio da Indústria de CR nacional, que encoraje e mobilize os seus membros a investir em projectos que ainda não possuem historial e em que a perspectiva do mercado é, muita das vezes, virtualmente desconhecida, torna-se crucial para conseguir que, a curto prazo,a inovação "descole", do nível em que se encontra, contribuindo assim para novos sucessos comerciais. 

 

 

Paralelamente a este Acordo, teremos de conseguir motivar pessoas com funções empreendedoras e de gestao corporativa e, se possível, com Capital para que assumam, com verdadeira Paixão, os benefícios associados à existência de uma Cultura Empreendedora, a nível local e regional, e que ajudem a implementá-la com a determinação, persistência e criatividade com que, ao longo dos anos, desenvolveram as suas actividades empresariais. 

 

Concluo, dizendo que o Capital de Risco, na sua dimensão, disponibilidade e visibilidade, bem pode ser considerado o “espelho” de um país, pelo que, se nada fizermos nesta actividade, rapidamente continuaremos a ser identificados como sendo provenientes de um país chamado Portugal... 

 

-----------


O Capital de Risco nacional continua, de acordo com as estatisticas disponibilizadas pela APCRI, a não ter o papel que dele se espera na nossa Economia. Continuam a ser confrangedores os numeros registados nas fases seed e start-up e nesse sentido proponho  um Acordo "Seed Capital" entre todos os Operadores de Capital de Risco por forma a criarem-se condiçöes, a curto prazo, para ajudar a ultrapassar tal situação.

Gostava de ter a sua opinião sobre o presente assunto e se possivel que medidas sugeria que fossem reflectidas no citado Acordo

 



publicado por Francisco Banha às 02:29
link do post | comentar | ver comentários (6) | favorito

Sexta-feira, 31 de Julho de 2009
Um serão agradável com Jack Lang

 

De facto, para além de ter a possibilidade de contribuir ano após ano para a criação do nosso Ecossistema Empreendedor - recordo que desde 1999 já passaram pelos citados eventos mais de meio milhar de oradores, dezenas de empreendedores em elevator pitch, dezenas de investidores, responsáveis de organismos públicos ligados ao empreendedorismo, professores universitários, entre muitos outros interessados neste tema - sinto um privilegio enorme em poder trocar experiências e conhecimentos com muitos dos especialistas que nos visitam.
 
Este ano, por exemplo, voltei a ter a possibilidade de interagir com o meu amigo, Jack Lang - celebre Professor de Cambridge que se tornou um dos BA mais famosos do mundo - com quem, entre outros assuntos, tive oportunidade de falar sobre os factores mais importantes na criação de um clima favorável à Inovação e ao Empreendedorismo.
 
Debaixo do seu aristocrático ar inglês , Jack, com uma paixão enorme começou por dar um grande suspiro "sabes Francisco, o primeiro factor tem a ver com o Tempo. Efectivamente o processo leva tempo conforme o demonstra o nosso exemplo de Cambridge com os seus cerca de 30 anos até que conseguíssemos chegar aquilo que somos hoje - uma verdadeira networking de pessoas que dá corpo a um Ecossistema que se auto-sustenta e onde por exemplo os Académicos se dão ao luxo de publicar estudos de sucesso sobre os diversos casos que nele emergem".
 
 
 
"Com o Tempo e com a criação daquela networking de pessoas, Francisco não se esqueça" dizia-me ele que "segundo os antropólogos uma só pessoa pode manter 200 contactos, o que permite que esses 200 contactos possam chegar a cerca de 40.000 pessoas, o número de pessoas que tem a minha cidade de Cambridge. Teremos que ter presente outros cinco factores a saber:
 
1.Observação
... de casos de pioneiros que mostraram ser possível ter sucesso sem terem de perder a "alma" ou dizia-me ele a rir " a casa"...de facto que melhor estimulo do que o provocado pelo efeito demonstração: se eles conseguem fazer, então eu também posso.
 
2. Experiência
... Se em dez novas empresas apenas uma tem sucesso então se alguém falhar não tem problema, desde que essa falha aconteça obviamente por razoes válidas e sem consequências desastrosas para o empreendedor e para a sua família.
 
Este factor interage com a questão cultural pois os investidores de capital de risco, quer os BA quer as sociedades de venture capital, privilegiam quem já teve experiência que lhe permite agora "ter a capacidade de pôr um dedo na agua e começar suavemente".
 
3. Complexidade
 
...A tarefa de constituir uma nova empresa não precisa de ser demasiado complexa mas sim possível de levar a termo dentro dos limites normais que uma pessoa ou uma pequena equipa pensam ser capazes de realizar.
 
Para que este factor possa ser uma realidade, os potenciais empreendedores têm de ter a nível local os serviços de apoio necessários desde incubadoras a profissionais de contabilidade, passando por financiamento e terminando por exemplo na existência de infra-estruturas de banda larga.

Ou seja, aqueles que pretendem criar uma empresa precisam do mínimo de confusão e atrasos de modo a que se possam concentrar nos verdadeiros problemas dos negócios como sejam o desenvolvimento e as vendas de tecnologia.
 
4. Compatibilidade
...Interessante sem sombra de dúvida a ideia do Jack sobre este factor. Segundo ele começar um novo negócio tem de ser compatível com o estilo de vida que as pessoas possuem. De facto começar um negocio exige muito trabalho mas não deve ser necessário ser obrigado a perder a sua "alma" ou por a sua família em risco...
 
5. Vantagens
 
...O "Jogo" de criar uma empresa tem de valer a pena. Que estimulo terá um grupo de alunos de uma universidade na criação de um spin-out se essa universidade ficar, por exemplo, com a maioria dos direitos relativos à exploração da tecnologia que essa spin-out vai desenvolver? 

Depois de ter concluído a sua ideia sobre este factor o meu amigo Jack ainda teve tempo para me recomendar a leitura de um dos livros mais interessantes para quem tem o sonho de lançar uma empresa. O livro é " The Diffusion of Innovation" de Everett Roger.

Após esta conversa de amigos fui eu próprio que inspirei o ar fresco que se fazia sentir naquele belo hotel de Caxias, e pensei para os meus botões - " podes não fazer operações de CR mas há algo que te podes orgulhar, o de contactares e seres amigo daqueles que sabem o que é um verdadeiro Ecossistema Empreendedor!!!"

 


Um dos momentos mais espectaculares da minha actividade, ocorre no decorrer dos eventos que realizamos ou seja o VCIT e o Encontro Gesventure.


 



publicado por Francisco Banha às 11:20
link do post | comentar | favorito

mais sobre mim
pesquisar
 
Novembro 2011
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5

6
7
8
9
12

13
15
17
19

20
21
22
23
24
25
26

27
28
29
30


posts recentes

Capital de Risco: "No pas...

Um serão agradável com Ja...

arquivos
tags

todas as tags

Blogs Recomendados

- Portal do Empreendedorismo no Desporto
- Antonuco
- iZNovidade
- Start-Up Whisperer
- Seth Godin
- Venas Inside
- No Fio da Navalha

subscrever feeds