Um documento interessante com outras perspectivas sobre a crise e a economia:
Crise e Dívida na Europa:
10 falsas evidências, 22 medidas em debate para sair do impasse
Philippe Askenazy (CNRS, Ecole d’économie de Paris), Thomas Coutrot (Conselho Científico da Attac), André Orléan (CNRS, EHESS, Presidente da AFEP), Henri Sterdyniak (OFCE)
(Tradução de Nuno Serra; Revisão de João Rodrigues)
artigo completo no blog Arrastão, 3/10/2010
« Conclusão
DEBATER A POLÍTICA ECONÓMICA, TRAÇAR CAMINHOS PARA REFUNDAR A UNIÃO EUROPEIA
A Europa foi construída, durante três décadas, a partir de uma base tecnocrática que excluiu as populações do debate de política económica. A doutrina neoliberal, que assenta na hipótese, hoje indefensável, da eficiência dos mercados financeiros, deve ser abandonada. É necessário abrir o espaço das políticas possíveis e colocar em debate propostas alternativas e coerentes, capazes de limitar o poder financeiro e preparar a harmonização, no quadro do progresso dos sistemas económicos e sociais europeus. O que supõe a partilha mútua de importantes recursos orçamentais, obtidos através do desenvolvimento de uma fiscalidade europeia fortemente redistributiva. Tal como é necessário libertar os Estados do cerco dos mercados financeiros. Somente desta forma o projecto de construção europeia poderá encontrar uma legitimidade popular e democrática de que hoje carece.
Não é evidentemente realista supor que os 27 países europeus decidam, ao mesmo tempo, encetar uma tamanha ruptura face ao método e aos objectivos da construção europeia. A Comunidade Económica Europeia (CEE) começou com seis países: do mesmo modo, a refundação da União Europeia passará inicialmente por um acordo entre alguns países que desejem explorar caminhos alternativos. À medida que se tornem evidentes as consequências desastrosas das políticas actualmente adoptadas, o debate sobre as alternativas crescerá por toda a Europa. As lutas sociais e as mudanças políticas surgirão a ritmos diferentes, consoante os países. Os governos nacionais tomarão decisões inovadoras. Os que assim o desejem deverão adoptar formas de cooperação reforçadas para tomar medidas audazes em matéria de regulação financeira, de política fiscal e de política social. Através de propostas concretas, estenderemos as mãos aos outros povos para que se juntem a este movimento.»
Segundo a revista Fortune, a 9ª mulher mais poderosa do mundo é portuguesa e tem um nome tipicamente português: Maria da Conceição Ramos.
Este nome será possivelmente desconhecido à maioria dos portugueses, mas esta senhora é nada menos que a directora executiva do banco ABSA, um dos maiores da África do Sul, detido maioritariamente pelo Barclays e a Outstanding Business Woman of The Year.
Maria Ramos nasceu em Lisboa no ano de 1959, mas cedo se mudou com a sua família para a África do Sul, onde se veio a licenciar em Economia na Universidade de Witwatersrand. Foi convidada para o Congresso Nacional Africano (ANC, no poder) nos finais da década de 1980, e viria a concluir um mestrado na Universidade de Londres antes de ocupar, após as primeiras eleições multirraciais da África do Sul de 1994, o cargo de directora-geral do Tesouro no primeiro Governo de Nelson Mandela. Passou, depois, por diversas empresas privadas.
Enquanto tirava o seu mestrado na Universidade de Londres, Maria ouviu falar de uma bolsa de estudos oferecida pelo Barclays, que se destinava apenas aos alunos. Estranhou que as alunas não tivessem também direito ao prémio atribuído pelo banco em que havia trabalhado como funcionária para pagar os custos da sua educação. Candidatou-se e, em 1983, ganhou a bolsa Barclays Bank Graduate Scholarship, que a permitiu avançar nos estudos sem olhar a despesas.
A luso-sul-africana ocupou vários cargos no Ministério das Finanças, com destaque para o de directora-geral adjunta do Planeamento, vindo em 2004 a deixar o Ministério das Finanças sob nomeação governamental para chefiar a empresa pública dos portos e caminhos-de-ferro, a Transnet. Sob a sua liderança a Transnet transformou, com recurso a um plano de reestruturação e separação do grupo em várias empresas autónomas e investimentos em áreas críticas, um passivo de 6,3 mil milhões de randes (572 milhões de euros) em 2004 num lucro operacional de 4,3 mil milhões de randes (390 milhões de euros) em 2008, o que granjeou à directora-executiva o aplauso generalizado de todos os sectores da economia sul-africana. O talento da executiva foi amplamente reconhecido, tendo também salvo 75 mil postos de trabalho. E desde aí a sua popularidade nunca mais parou de subir.
Maria Ramos está desde Março na liderança do grupo bancário ABSA (Amalgamated Banks of Southern Africa), que emprega 34 mil funcionários, tem 8,1 milhões de clientes, 720 balcões espalhados por todo o continente africano e passivos avaliados em 466 mil milhões de randes. Maria está novamente a triunfar num sector ainda bastante masculinizado.
A competência desta empreendedora é reconhecida dentro e fora da África do Sul. Entre muitas outras distinções conquistou este ano em Londres o galardão "Outstanding Business Woman of The Year" (Proeminente Empresária do Ano); em 2001 foi considerada "Empresária do Ano" na África do Sul; e em 2005 "Líder do Ano" pelo jornal Sunday Times.
Maria Ramos, que é também membro do comité executivo do painel de consulta de economistas-chefes do Banco Mundial, ocupava a 22.ª posição na lista das "50 mais poderosas mulheres" da Fortune no ano passado, depois de ocupar a 14.ª posição em 2007 e a 16.ª em 2006.
Fontes: Jornal I e Oje
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Portal do Empreendedorismo no Desporto
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Antonuco
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iZNovidade
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Start-Up Whisperer
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Seth Godin
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Venas Inside
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No Fio da Navalha