Artigo do meu amigo António Mourato sobre o Venture Capital IT 2010
« Uma vez mais, graças ao convite do meu bom amigo Francisco Banha, tive oportunidade de ouvir no Congresso Internacional de Empreendedorismo e Capital de Risco, a intervenção de vários oradores que falaram daqueles temas, sem perderem de vista a chamada “crise” que hoje está na ordem do dia.
Há sempre alguma coisa que me marca mais naquele Congresso. Desta vez, um dos oradores falou da “mortalidade” das empresas nos primeiros cinco anos de vida, focando o caso dos Estados Unidos.
Ao que julguei ter percebido, através dos meus fracos conhecimentos de inglês falado, as empresas criadas pela comunidade “amish”, cuja forma de vida se baseia em princípios que, desde logo, nós consideramos conservadores e muito rígidos, em face dos nossos actuais padrões de vida, 95 % das ditas conseguem sobreviver para lá dos cinco anos vida.
No geral, parece que lá só sobrevivem, nos primeiros cinco anos de vida, 45 % das empresas que nascem. Em síntese, a referida comunidade, excepcionalmente, consegue o sucesso em quase todas as empresas que os seus empreendedores criam.
Intrigadas por este efeito tão positivo, duas Universidades foram estudar as causas. E apontaram, se bem me lembro, sete causas que o orador nos enumerou.
Para quem já concluiu 50 anos de trabalho e uns quantos mais de vida, os padrões apresentados levaram-me para o tempo dos meus avós, onde se usavam muito frequentemente três palavras que estão bem vivas na minha memória de infância:
- “ Trabalho”,” Honra” e “Respeito”.
Tudo isto, e mais o que não digo, hoje tem por nome “ética”.
A “crise” vem toda ela daí no que designam por “capitalismo selvagem”.
É pena que por cá, com algumas honrosas excepções, as nossas inteligências não procurem também as causas e não apenas os efeitos da nossa mortalidade empresarial que é, como se sabe, superior à que se verifica nos Estados Unidos.
Enumerar as causas nem me parece difícil. Recentemente, um político português que é quase sempre polémico nas palavras que profere, disse que: - “Os empresários portugueses são uns heróis”.
A frase quando explicada, em termos das envolventes que em Portugal rodeiam as empresas, nos dias correntes, para mim, faz todo o sentido. Várias vezes o tenho escrito e já em 1995 o Expresso publicou o que me preocupava então no que designei por “A criação de riqueza”.
As três palavras dos meus avós que enumerei e que hoje não estão na moda. Todavia, dariam o mote para qualificar as envolventes presentes que alguns designam, como disse, por “capitalismo selvagem”, em muitas páginas de escrita sobre um caminho que neste Século XXI nos levará de crise em crise. Até que aqueles que decidem tenham a coragem de fazer as mudanças que se impõem.
Até lá, resta-nos a lucidez e a persistência de uns quantos que ainda se lembram das palavras dos seus avós. Até porque “há sempre alguém que resiste…”»
A.Mourato
Maio.2010
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