Discurso de Encerramento do Curso de Empreendedorismo da Sertã pelo Dr. Paulo Farinha ex-Presidente da Câmara Municipal da Sertã e Assessor da Dr.ª Alzira Serrasqueiro, Governadora Civil de Castelo Branco. |
«Empreender é realizar, pôr em execução, ter iniciativa, capacidade executiva e coragem.
No sentido prático, empreender contribui para a criação de novos negócios e para a dinamização da economia, é um factor de transformação pelo seu carácter inovador, significa ter um desejo de iniciar, desenvolver e concretizar um projecto.
Enfim, é o despertar no indivíduo assumir um comportamento pró-activo diante de questões que precisam ser resolvidas, proporcionando um elevado grau de realização pessoal.
[...] Porém, este estado de alma – empreender – tarda em chegar e as explicações vão-se acumulando para justificar essa ausência.
Num momento em que a globalização é real, diariamente, os nossos empresários “queixam-se” da invasão de empresas e produtos, mas, talvez, se deixássemos os lamentos e encontrássemos as soluções para contrariar esta invasão, todos teríamos a ganhar.
Queiramos, ou não, uma das soluções para ultrapassar a crise que nos atormenta está na criação de empresas dinâmicas e inovadoras, com maior produtividade e capazes de competir num mercado global.
Daí, não ser demais recordar que os portugueses já foram grandes empreendedores.
Por exemplo, no período dos Descobrimentos revelamos um espírito empreendedor com objectivos definidos: investigar a expansão por mar.
Para concretizar esse objectivo, D. Henrique traçou um plano estratégico com o intuito de levar Portugal a um lugar pioneiro na inovação tecnológica, sem nunca esquecer que o conhecimento só gera riqueza se for utilizado, como se veio posteriormente a comprovar.
Daí perguntar-me se a prioridade que tem sido dada pelo Governo, nos últimos cinco anos, à ciência, à tecnologia e inovação, à qualificação dos portugueses, irá cair em “saco roto”? Quero crer que não.
Embora haja uma opinião generalizada de “conformismo” e “comodismo”, Portugal mudou bastante no campo do conhecimento humano, científico e tecnológico.
Recordo que, ainda não há muitos anos, a formação escolar não tinha como objectivo explorar o espírito de iniciativa.
Recordo que o sistema de ensino não estava preparado para formar pessoas a ter iniciativa para avançar com os seus projectos e as suas ideias.
Hoje, o sistema alerta os jovens a enfrentar os desafios e a aproveitar as oportunidades que se lhes apresentam, a preocuparem-se com as questões do desenvolvimento sustentável, a incorporar nos seus comportamentos a dimensão ética na empresa e na relação com a sociedade.
Hoje, a escola abre-se às empresas trazendo pessoas do mercado de trabalho para falar aos jovens sobre as possibilidades de emprego, porque se percebeu que a escola e as empresas pertencem a "mundos" diferentes, usam linguagens e métodos de trabalho diferentes e têm objectivos diferentes.
Hoje, a escola e a empresa compreendem a necessidade de se conhecer mutuamente.
Hoje, ambas partilham preocupações, respeitando e compreendendo as diferenças que têm na prossecução dos seus objectivos comuns, ou melhor, dos seus benefícios mútuos.
[...] Porque acredito que a educação é fundamental para o crescimento económico, para a criação de riqueza e de paz social e porque acredito que tanto como o saber, é preciso saber fazer, continuamos no Governo Civil empenhados em estimular o empreendedorismo, apoiando a criação e o desenvolvimento de um espírito e cultura empresariais, de parcerias e de criação e participação de redes.
Marcel Proust escreveu que “a verdadeira viagem do descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos.“
Termino, lembrando que, o que distingue o empreendedor dos outros, é que este oferece soluções, porque os problemas estão diante dos olhos, mas as soluções também!»
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