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A propósito do recente IPO do LinkedIn fui contactado pela jornalista Sara Mota do Diário Económico a quem dei a minha opinião sobre as questões que a mesma me colocou e que não poderia deixar de partilhar convosco mais que não seja para que também possam emitir a vossa opinião sobre este recente movimento de saída em Bolsa dos projectos relacionados com as Redes Sociais.
- O IPO do Linkedin foi um sucesso. Estamos perante uma nova bolha das dot.com?
Neste momento as acções do LinkedIn valem já o dobro do valor a que foram colocadas no mercado ($88,3, comparativamente com os $45 conseguido no IPO).
Podemos de facto colocar essa hipótese não exclusivamente devido a este IPO mas sobretudo porque muitas empresas da internet e em particular das redes sociais estarem a ser alvo de consecutivos investimentos por parte de investidores de risco. No caso do LinkedIn o modelo de receitas da empresa é bastante razoável. Basta conhecer um pouco a ferramenta para perceber que existem várias fontes de receita, desde a publicidade, às contas premium, passando pelos serviços a empresas no domínio do recrutamento. Mesmo assim, não deixam de ser valores assentes em muitas expectativas futuras, uma vez que a actual valorização da empresa em $8 mil milhões corresponde a 33 vezes as receitas obtidas em 2010 ($243 milhões).
É importante ter em conta que a realidade em 2011 é bem diferente da de 2000 e que o mercado da internet - entenda-se consumidores – está muito mais consolidado, não só ao nível das infra-estruturas com velocidades de acesso muito mais rápidas e maior penetração da internet, como à tendência para mais compras de produtos e serviços online, área em que as redes sociais ainda têm muito espaço para crescer.
- Existem empresas portuguesas que possam ser alvo de operações financeiras como o Linkedin?
Infelizmente o nosso País está em vias de perder, mais uma vez, a oportunidade de beneficiar da dinâmica que se começa agora a assistir a nível internacional – o exemplo do Linkedin é apenas um dos mais visíveis pois tem existido outras transacções fora de bolsa muito interessantes - com a obtenção de mais valias por parte dos investidores que há uns quatro anos atrás decidiram apostar em produtos ou modelos de negócios então considerados “frios”…
De facto nesse período a Indústria Nacional de Capital de Risco apenas investiu num projecto em fase de arranque o que naturalmente acabou por condicionar a possibilidade de também termos em Portugal um conjunto de start-ups que pudessem ter identificado uma oportunidade tipo Linkedin. Naturalmente que por um lado as SCR nacionais também se podem orgulhar de não terem tido insucessos mas por outro ficamos sempre com uma dúvida do que poderia ter acontecido se tivesse existido uma dinâmica de investimento em start-ups mais agressiva ou minimamente sustentada?
Para que se possa compreender a razão de ser desta minha observação é bom recordar que em 2003 o Twitter era português e tinha o nome de Jarbas ou seja muito antes dos Fundadores do Twitter sequer sonharem em ter uma das redes sociais mais populares do mundo e também ela em vias de se tornar um caso de sucesso dos mercados bolsistas americanos.
Assim posso afirmar que o mercado português está ainda a meio do seu percurso para poder gerar casos de sucesso na internet.
Acredito no entanto que o aparecimento, já em 2011, de um conjunto de novos fundos de early stage , criados pelo sector privado em partilha de risco com fundos públicos e geridos pelas SCR portuguesas ,acrescido de uma vaga significativa de novos investimentos que está a surgir com o apoio de business angels – também estes a beneficiarem do fundo de Co-Investimento do Programa COMPETE e em perfeita sintonia com o IAPMEI- , poderemos ver, também no nosso País e em poucos anos, alguns pequenos grandes sucessos a emergir.
Tenho dúvidas que o IPO seja o caminho natural, até porque no mercado da internet a escala é um aspecto muito importante e qualquer sucesso terá de se afirmar internacionalmente, tendo como consequência mais provável a aquisição por grupos internacionais - o que não impede que seja considerado um grande sucesso!
E como precisamos desse sucesso. Sabemos que cada caso é um caso mas assistirmos no nosso país a empresas financiadas por business angels e capital de risco nacional conseguirem atingir esse patamar será mais do que um sucesso. Será, a meu ver, o rastilho que precisamos para dar maior confiança aos investidores, para mais empreendedores avançaram com as suas ideias inovadoras e para mais universidades e mesmo municípios apostarem no incentivo ao empreendedorismo, como exemplo a seguir para o resto da sociedade.
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