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Segunda-feira, 16 de Agosto de 2010
Da Ideia ao Negócio… algumas interrogações úteis! (Parte I)

 

Partilho com os seguidores deste blog o artigo que o meu amigo e sócio da Gesventure, Sérgio Póvoas, escreveu para a edição deste mês da Revista CAIS. Aproveito a ocasião para, mais uma vez, agradecer à CAIS o convite para a publicação mensal de artigos na sua prestigiada revista.

 


Todos nós, por certo, acordámos um dia com uma ideia que gostávamos de colocar em prática, contudo, e por vezes pelos mais variados motivos tal nunca aconteceu. Ora, os meus próximos dois artigos pretendem ajudar todos aqueles que possuem neste momento a tal ideia mas querem mesmo avançar e criar o seu próprio negócio. Como? Deixando algumas questões para as quais os proeminentes empreendedores deverão responder antes de tomar qualquer decisão.


1. Quais as minhas competências e aspirações?


Será que tenho competências e qualificações no sector de actividade que pretendo desenvolver o meu projecto? Tenho o perfil adequado e vejo-me dentro dos próximos 3/5 anos a gerir e liderar um conjunto de pessoas? Ou seja, o perfil do empreendedor (não só técnico, como humano e motivacional) é peça fundamental para o sucesso do mesmo.

 

2.    Qual a oportunidade de mercado detectada?


Nunca como nos dias de Hoje foi tão fácil criar uma empresa e estar a vender rapidamente para todo o mundo, contudo, todo e qualquer projecto para ser sustentável e ser bem-sucedido teve de partir de uma oportunidade de mercado bem detectada, um nicho que até ao momento se encontrava por preencher na “cadeia de valor”. O nosso projecto vai mesmo suprir uma falha de mercado? Vai responder a necessidades específicas dos clientes?

 

3.    Qual o meu Modelo de Negócio?


Na posse de uma Ideia, o próximo passo é analisarmos como fazer dinheiro com a Ideia, ou seja, como facturar, a quem facturar, e onde facturar. Este, como é óbvio, é um ponto bastante importante e do qual depende o sucesso e a sustentabilidade do projecto e a recuperação do investimento. Antes de avançar com qualquer projecto, tente analisar todos os prós e contras dos vários modelos de negócio possíveis, verificando se eles fazem ou não sentido no mercado onde se inserem e se, por exemplo, a política de preços pensada é a mais correcta.

 

4.    A ideia funciona na prática e possui mercado?


Esta questão pode parecer completamente desajustada e para muitos não faz qualquer sentido, contudo, a experiência na análise e lançamento de novos projectos empresariais tem-me dito que este é outro dos pontos fulcrais, ainda para mais quando estamos perante projectos de elevado nível de inovação.


O facto de sabermos escolher o tempo certo para vir para o mercado e as características mais apropriadas do nosso produto/serviço, é uma variável chave e que pode condicionar o desenvolvimento futuro do mesmo. Já presenciei alguns fracassos de projectos que vieram para o mercado claramente cedo de mais, ou seja, o mercado ainda não possuía um estado de maturidade tal que permitisse ver que aquele produto/serviço e as suas características intrínsecas acrescentavam valor. E por outro lado, também já vi o inverso, ou seja, projectos que por virem para o mercado com as características menos apropriadas e claramente atrasados face ao que a concorrência já vinha fazendo, não conseguiram singrar. Portanto, e tal como os surfistas quando praticam o seu desporto, é necessário apanhar a “onda” no momento certo.

 

5.    De que parcerias me devo socorrer?


Cada vez mais o Mundo está mais complexo e actua em rede, ou seja, não podemos pensar que somos os melhores nem que conseguimos viver e subsistir fora do “ecossistema”. Assim, é bastante importante, não só rodearmo-nos de um conjunto de pessoas multifacetadas, mas também de parcerias que tragam valor para o conjunto do nosso projecto, e que se revelem win-win para ambas as partes.

 

6.    Qual o meu mercado alvo e como segmentá-lo?


Saber definir a quem vamos vender, e quais os vários segmentos de mercado em que queremos estar presentes no curto, médio e longo prazo, é condição forte de sucesso para o projecto. A falta de uma cultura estratégica nos empreendedores que todos os dias vêm até nós, é um factor preocupante e que merece ser solucionado. Só com uma estratégia bem definida, ou seja, conhecer bem o nosso mercado é que poderemos posteriormente saber como “atacá-lo”, ou seja, aplicar factores como o marketing-mix.


Sérgio Paulo Póvoas

Managing Partner Gesventure, S.A.



publicado por Francisco Banha às 10:02
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1 comentário:
De Jorge Pires a 22 de Agosto de 2010 às 16:11
Artigo didáctico exemplar. Espera-se pela Parte II!


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