A propósito da criação da FNABA, no mês passado, considero importante divulgar algumas das declarações dos intervenientes. Assim, convido-o a ler um excerto das entrevistas realizadas pela jornalista Inês Henriques, no dia da constituição oficial da nossa associação.
De que áreas vêm os vossos investidores? Os nossos associados vêm de diversas áreas que representam, de certa forma, o tecido empresarial da região Norte: dos serviços, do comércio, de indústrias tradicionais, de novas indústrias, da área farmacêutica…Nos sectores chamados tradicionais conheço casos altamente inovadores e tecnológicos que mudaram de gestão, passaram de pais para filhos, foram comprados por outros, internacionalizaram-se, aproveitaram novas oportunidades, ou, por qualquer outro motivo, deram um salto que lhes permitiu crescer, conhecer novos mercados e novos segmentos, procurar capital e apoio para desenvolver o negócio. O conhecimento existe em todo o lado. Nós não temos qualquer tipo de “pré-conceito” em relação a qualquer tipo de negócio. O sector é irrelevante. O forte tecido empresarial da região Norte atrai projectos e empreendedores? Em termos de empreendedores, há claramente uma grande atracção para a região Norte, onde há muita investigação, desenvolvimento e indústria. Por exemplo, na área das medicinas da vida, a região do Porto tem 600 investigadores, que é metade daquilo que se investiga nessa área no país todo. Temos um triângulo de Universidades – Porto, Minho, Aveiro e mesmo Trás-os-Montes – que têm laboratórios e centros de investigação, onde têm vindo a surgir empresas muito inovadoras, algumas que já estão no mercado. O nosso objectivo é descobrir potenciais empresas inovadoras e ajudá-las a trazer o produto ou serviço criado, desde a investigação até ao mercado. Em primeiro lugar, é preciso ter um projecto que, de alguma forma, seja diferenciador no mercado. Ou seja, aquele produto ou serviço que vai colocar no mercado deve fazer a diferença, portanto, deve ser útil para suprir alguma necessidade que exista ou criar uma nova oportunidade. Segundo, o produto ou serviço deve ter um grande potencial de crescimento actual ou num futuro próximo. Em terceiro lugar, é preciso que o líder e a sua equipa sejam capazes de implementar esse projecto. Finalmente, o Business Angel deve acrescentar valor ao projecto, não só com o investimento financeiro, mas com o investimento em conhecimento, em redes de contactos, em acesso ao mercado.
José Alberto Fonseca, Presidente do Clube de Business Angels da Covilhã
O que espera que a criação da FNABA traga à sua região? O que é importante é que a nossa região não fique para trás, como ficou durante muitos anos e a criação da FNABA é um esforço nesse sentido. A filosofia é aproveitar, desenvolver e dotar a região de todos os mecanismos necessários para que as empresas possam aparecer. O Parque de Ciência e Tecnologia e a Universidade (aos quais nós estamos muito ligados), que é sempre uma nascente de novas ideias e iniciativas, são outras armas, digamos assim, neste sentido. Mas não é só a região do interior que precisa disto, todo o país está atrasado relativamente à Europa.
Paulo Andrez, Presidente do Clube de Cascais – Associação de Investidores de Cascais
De que áreas vêm os vossos Business Angels? Os nossos investidores vêm, sobretudo, da área do turismo e novas tecnologias, nomeadamente as ligadas ao ambiente. Do clube de BA fazem parte investidores que são relevantes na região. Entre os investidores mais mediáticos, temos o Comendador Rui Horta, fundador do grupo Top Atlântico, que foi dar à Espírito SantoViagens e que é o maior operador de agentes de viagens em Portugal e o Dr. Nandim de Carvalho. O que é, no vosso entender, um bom projecto empreendedor que mereça ser financiado? Primeiro o projecto tem que ter um bom promotor, depois tem que ser um bom projecto. Funciona assim: primeiro a equipa, depois o projecto. Um bom projecto é aquele que vai suprir uma falha no mercado e que é efectivamente uma oportunidade, porque existem boas ideias, que são nichos de mercado e que não têm dimensão. Até pode ser uma ideia inovadora, mas que não tenha mercado.
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